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segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Servidor que ‘xeretou’ EJ em Minas também é do PT

  Alan Marques/FolhaChama-se Gilberto Souza Amarante o analista tributário que acessou dez vezes, nas máquinas da Receita, os dados relacionados ao CPF de Eduardo Jorge.

Gilberto trabalha no escritório do fisco na cidade mineira de Formiga. Ingressou nos quadros da Receira em 2001.

Em agosto do mesmo ano, o servidor sentou praça no diretório do PT de Arcos, cidade assentada a 30 km de Formiga.

A filiação de Gilberto consta dos arquivos do TSE como “ativa”.

Ele bisbilhotou o cadastro fiscal do vice-presidente executivo do PSDB em 3 de abril de 2009.

Por quê? Ouvido, Gilberto não se lembra nem mesmo dos acessos, que dirá da motivação: "Não vejo motivo para isso”, disse.

Acrescentou: “As pessoas chegam, apresentam o documento e é feito o acesso. Os motivos são os mais variados possíveis. Estou até surpreso, vou procurar saber".

Fica no Rio de Janeiro, bem distante do formigueiro em que despacha Gilberto, o domicílio fiscal de Eduardo Jorge.

O tucano não tem negócios em Formiga. Tampouco possui imóveis na cidade e em seus arredores. O que reforça a suspeita de bisbilhotagem ilegal.

Além dos dez acessos realizados pelo petista nos fundões de Minas, EJ foi alvo de outras 22 entradas nos computadores da Receita.

Levantamento feito pelo Serpro por encomenda da Corregedoria do fisco atribui as mais de duas dezenas de acessos a órgãos públicos.

Além da própria Receita, interessaram-se pelas informações sigilosas de EJ, por exemplo, o Banco Central, a Polícia Federal e o Ministério Público.

A Receita não sabe dizer, por ora, se os acessos foram motivados ou imotivados. Noutras palavras: não sabe se a coisa foi legal ou ilegal.

Nesta segunda (6), EJ encaminhará à Receita um pedido de esclarecimento. Quer saber o por quê de tanta curiosidade.

Gilberto, o petista de Formiga, é o segundo filiado da legenda de Dilma Rousseff pilhado no “Fiscogate”.

O outro é Antonio Carlos Atella, o contador que, munido de falsa procuração de Verônica Serra, apalpou o IR da filha do presidenciável tucano em Santo André (SP).

No caso de Atella, a filiação ocorrera em 2003. O TRE-SP São Paulo informou que o vínculo com o partido foi excluído de seus arquivos apenas em novembro de 2009.

Em nota, o presidente do PT-SP, Edinho Silva, disse que, por um erro na grafia do sobrenome do contador –“Ateka” em vez de Atella— a filiação não chegara a se consumar.

O TRE, porém, manteve a informação anterior: a filiação de Antonio Carlos ao PT fora, sim, anotada nos registros do tribunal em 2003.

Presidente do PT federal, José Eduardo Dutra afirma e reafirma que o partido nada tem a ver com a onda de vilipêndios ao outrora sacrossanto sigilo fiscal.

Submete-se a platéia a uma imagem confusa. A galera enxerga o focinho, as orelhas e o rabo retorcido de um porco. Porém...

Porém, é convidada a acreditar que se trata de um inocente cordeiro.