por Mariana Lucena

(Crédito: Shutterstock)
A temperatura na Antártida está aumentando, mas suas placas de gelo não estão derretendo como o esperado. Na verdade, no verão do ano passado, elas derreteram menos do que nos últimos 30 anos, afirma pesquisa da City University de Nova York e do Centro Nacional de Pesquisas Atmosféricas dos EUA, publicada na revista New Scientist.
Antes que os céticos em relação ao aquecimento global comemorem é bom reforçar: isso não significa que a temperatura do planeta não esteja aumentando. Ela está. O que acontece é que as temperaturas na Antártida estão se elevando justamente no inverno e na primavera, estações em que é ainda muito frio para que o gelo derreta, e não no verão, quando o derretimento acontece.
O cientista americano Andrew Monaghan, um dos autores do estudo, explica que a “culpada” pelo fenômeno é uma corrente de ar chamada SAM (da sigla em inglês Southern Hemisphere Annular Mode). A corrente, que ganha força no verão, impede que as temperaturas aumentem mais e, consequentemente, que as geleiras derretam.
SAM
A descoberta mais irônica da pesquisa é que essa corrente de ar que tem salvado as geleiras é gerada por nada mais nada menos que o buraco da camada de ozônio. Pois é, nem sempre o buraco é vilão. Quando a camada está funcionando normalmente, o ozônio absorve calor do sol e, como consequência, eleva a temperatura daquela parte da atmosfera. Quando o buraco na camada aumenta de tamanho – o que acontece no final da primavera – a temperatura na área do buraco (que se concentra sobre a Antátida) diminui. A diferença térmica em relação às regiões vizinhas faz com as camadas de ar quente e frio se movimentem, gerando a corrente de ar.
“É notável que o buraco na camada de ozônio na primavera austral de 2008 (logo antes do verão de 2009) foi o sexta maior de que se tem registro desde 1979. Daí deduzimos que a camada de ozônio teve um papel importante causando uma SAM excepcionalmente forte no verão 2008/2009”, comenta Monaghan. O verão de 2009 teve ainda uma outra ajuda, o fenômeno La Niña também foi mais intenso neste ano. Para quem não lembra da La Niña, ela acontece quando ocorre um resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.
Infelizmente, esse “equilíbrio desequilibrado” não vai durar para sempre. “Nós acreditamos que quando os acordos internacionais começarem a surtir efeito e a camada de ozônio se reconstruir, as geleiras da Antártida vão derreter mais rapidamente. Isso deve acontecer daqui a 25 ou 50 anos”, diz Monaghan. E você que imaginou nunca ia ter razões para sentir falta do buraco na camada de ozônio...
Antes que os céticos em relação ao aquecimento global comemorem é bom reforçar: isso não significa que a temperatura do planeta não esteja aumentando. Ela está. O que acontece é que as temperaturas na Antártida estão se elevando justamente no inverno e na primavera, estações em que é ainda muito frio para que o gelo derreta, e não no verão, quando o derretimento acontece.
O cientista americano Andrew Monaghan, um dos autores do estudo, explica que a “culpada” pelo fenômeno é uma corrente de ar chamada SAM (da sigla em inglês Southern Hemisphere Annular Mode). A corrente, que ganha força no verão, impede que as temperaturas aumentem mais e, consequentemente, que as geleiras derretam.
SAM
A descoberta mais irônica da pesquisa é que essa corrente de ar que tem salvado as geleiras é gerada por nada mais nada menos que o buraco da camada de ozônio. Pois é, nem sempre o buraco é vilão. Quando a camada está funcionando normalmente, o ozônio absorve calor do sol e, como consequência, eleva a temperatura daquela parte da atmosfera. Quando o buraco na camada aumenta de tamanho – o que acontece no final da primavera – a temperatura na área do buraco (que se concentra sobre a Antátida) diminui. A diferença térmica em relação às regiões vizinhas faz com as camadas de ar quente e frio se movimentem, gerando a corrente de ar.
“É notável que o buraco na camada de ozônio na primavera austral de 2008 (logo antes do verão de 2009) foi o sexta maior de que se tem registro desde 1979. Daí deduzimos que a camada de ozônio teve um papel importante causando uma SAM excepcionalmente forte no verão 2008/2009”, comenta Monaghan. O verão de 2009 teve ainda uma outra ajuda, o fenômeno La Niña também foi mais intenso neste ano. Para quem não lembra da La Niña, ela acontece quando ocorre um resfriamento anormal das águas superficiais do Oceano Pacífico.
Infelizmente, esse “equilíbrio desequilibrado” não vai durar para sempre. “Nós acreditamos que quando os acordos internacionais começarem a surtir efeito e a camada de ozônio se reconstruir, as geleiras da Antártida vão derreter mais rapidamente. Isso deve acontecer daqui a 25 ou 50 anos”, diz Monaghan. E você que imaginou nunca ia ter razões para sentir falta do buraco na camada de ozônio...