Marcello Casal/ABr

Nas próximas semanas, será difícil distinguir os dois Lulas que frequentam a cena política. Presidente e cabo eleitoral fundiram-se num só.
Nesta sexta (8), o Lula presidente cancelou reuniões com ministros para cuidar da agenda do Lula cabo eleitoral.
Na pele de Dr. Jekyll da sucessão, Lula espetou na folhinha da próxima semana três comícios. Um com Dilma Rousseff. Dois sem ela.
Na segunda, junto com sua pupila, Lula escalará um palanque do candidato petista ao governo do DF, Agnelo Queiroz.
Na quarta, Lula embarca para Teresina. Sem Dilma, pedirá votos para ela num comício de Wilson Martins (PSB), que tenta reeleger-se governador do Piauí.
Na quinta, ainda em solo piauiense, Lula visita, disfarçado de presidente, obras rodoviárias tocadas com verbas do PAC.
Depois, embarca para Belém. Ali, à noite, divide o palanque com Ana Júlia Carepa, que tenta a reeleição ao governo do Pará. De novo, sem Dilma.
Definida a agenda, o cabo eleitoral desperdiçou o resto de sexta-feira que sobrou ao presidente em gravações para a propaganda de sua candidata.
Lula trocou o gabinete no Planalto pelo estúdio de gravações da campanha.
No primeiro turno, o presidente ainda tinha o cuidado de mergulhar na campanha apenas fora do horário de trabalho.
Tomado pela azáfama desta sexta, o cabo eleitoral parece decidido a dar expediente full time no segundo turno.
Em homenagem ao contribuinte que lhe garante o salário, a casa, a geladeira cheia, o carro na garagem e o avião no hangar, Lula talvez devesse considerar a hipótese de tirar licença da Presidência.








