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sábado, 9 de outubro de 2010

Serra não viu, mas já gostou das ‘agenda’ de Marina



Marcos Brandão/Divulgação


Divulgada na tarde desta sexta (8), a “agenda” de propostas de Marina Silva ainda não chegou aos presidenciáveis que migraram para o segundo turno.

A despeito de não ter visto o documento, José Serra adorou. De passagem pela Bahia, o tucano se dispôs a “abraçar as propostas” de Marina.

Como que decidido a realçar o lado verde da alma, Serra disse: “O PV esteve comigo na prefeitura de São Paulo e no governo do Estado”.

Fez as declarações em Vitória da Conquista. Foi à cidade por uma razão especial. Nesse pedaço do mapa baiano, obteve maios votos que Dilma Rousseff.

Serra obteve ali, no primeiro round da sucessão, 41,27% dos votos válidos (59.420). Dilma Rousseff beliscou 39,43% (56.780).

Em agradecimento, o tucano percorreu as ruas da cidade em carreata. Prestigiaram-no, pelas contas da PM, cerca de 5 mil pessoas.

Empoleirado no teto de uma picape, Serra pronunciou um estudado improviso. A certa altura, fustigou a rival.

Rendido à agenda medieval, ele evocou o vaivém do discurso de Dilma, que reviu declarações de 2007 favoráveis à legalização do aborto.

“Não tenho nada secreto”, disse Serra. “Tenho sido muito coerente. Não mudo de ideia de um dia para o outro...”

“...Quando a gente muda, chama muito a atenção, mas no meu caso nunca chamo porque minhas ideais são coerentes ao longo do tempo”.

Serra sempre tratou o aborto como um problema de saúde pública. Como ministro da Saúde de FHC, baixou uma portaria sobre o tema.

Instituiu normas para a realização de abortos pelo SUS, nos dois casos autorizados por lei: gravidez decorrente de estupro e quando há risco de morte para a gestante.

Na pele de candidato, Serra prefere realçar a defesa da vida. Alega que trata de aborto em atenção “aos anseios da população”.

Como assim? “Os candidatos colocam propostas para o Brasil, mas as pessoas colocam perguntas e querem saber o que os candidatos pensam”. Então, tá!