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sábado, 30 de outubro de 2010

Gerente do BB de Maricá, no Rio, acessou a conta EJ

  Alan Marques/Folha
Afora a violação de seu sigilo fiscal, o vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, teve a conta bancária bisbilhotada no Banco do Brasil.

Deu-se numa agência da cidade de Maricá, no Rio. Foram dois os acessos. Ambos injustificados.

A repórter Fernanda Odilla informa, na Folha, que um gerente de contas do BB reconheceu, em depoimento à PF, que realizou os acessos.

Chama-se Marcos Vinícius Alves. Alegou que abriu os dados bancários de Eduardo Jorge, o EJ, “por engano”.

Buscava no computador, segundo disse, elucidar a reclamação de um cliente que se queixada de um depósito não creditado.

Marcos Vinícius disse que, ao notar que ingressara em conta diversa da que procurava, sustou as "checagens". Jura que não "imprimiu nem consultou” dados.

Os acessos à conta de Eduardo Jorge ocorreram em 26 de março deste ano.

Em junho, o repórter Leonardo Souza revelara que um dossiê manuseado no comitê de Dilma Rousseff continha dados fiscais e financeiros do dirigente tucano.

Por uma dessas inusitadas coincidências, Eduardo Jorge recebera na agência do BB em Maricá depósitos de R$ 3,9 milhões.

Dinheiro proveniente, segundo ele, da venda de imóveis que recebera numa herança do sogro.

Em ofício enviado à PF em setembro, o BB já havia reconhecido que a conta de EJ fora visualizada cinco vezes entre 2009 e 2010.

Coisa ocorrida em Brasília, onde EJ mantém sua conta, e também em Maricá. O banco negou que houvesse ocorrido quebra de sigilo.

Em novo ofício, remetido à PF seis dias antes do depoimento do gerente de Maricá, o BB anotou:

Todos os acessos guardam “compatibilidade com as funções” desempenhadas pelos funcionários que os realizaram.

Ouvido nesta sexta (29), o BB repisou, por meio da assessoria:

"Até o momento, as informações sobre acessos realizados à conta do cliente Eduardo Jorge não configuram quebra do sigilo". Nada a fazer.

Advogada de EJ, Ana Luísa Pereira pensa de modo diverso:

"O Banco do Brasil precisa investigar de maneira definitiva os motivos pelos quais as informações da conta corrente do meu cliente foram acessadas em Maricá".