Renato Araújo/ABr

Nas pegadas da chiadeira do PMDB, o PT reconhece que houve "excessiva concentração" na condução dos rumos da campanha de Dilma Rousseff.
"Nós reconhecemos que houve uma certa centralização em pessoas do PT nesse primeiro turno", disse José Eduardo Dutra.
Presidente do PT, Dutra disse que o PMDB não é o único a reclamar de falta de “espaço” no comitê da campanha.
"Eu acabei de sair de uma reunião [da Executiva] do PT, onde há reclamações por parte de companheiros do PT de uma excessiva centralização".
Ao longo do primeiro turno, a coordenação foi dividida basicamente por três pessoas:
O próprio Dutra, voz da direção do PT na campanha; Antonio Palocci, voz de Lula no comitê; e José Eduardo Cardozo, responsável pelas questões jurídicas.
"Nesse segundo turno, tem que haver uma participação efetiva de todos os partidos na campanha”, Dutra aquiesceu.
Segundo ele, será divulgado nos próximos dias um manifesto de “conclamação da militância”.
O documento visa repelir o que Dutra chama de “guerra suja”. Como assim? Tentam “colocar temas religiosos como centro de uma disputa eleitoral”.
A peça trará, segundo o presidente do PT, a assinatura de representantes de todos os partidos que integram a megacoligação de Dilma.
Sob o clamor por uma maior divisão de poderes no comitê esconde-se um objetivo mais estratégico.
As legendas que apóiam Dilma, o PMDB à frente, enxergam no segundo turno uma oportunidade para aumentar o cacife.
O que se deseja não é propriamente “espaço” no comitê. Deseja-se abrir picadas que conduzam às posições na máquina do Estado sob um eventual governo Dilma.








