Ao final de uma semana em que as sondagens eleitorais sorriram para sua rival, José Serra quebrou a praxe de não comentar.
Instado a dizer algo sobre o último Datafolha, que atribuiu a Dilma Rousseff vantagem de 12 pontos, Serra disse que “há uma crise nas pesquisas”.
Recordou: "Elas erraram incrivelmente no primeiro turno, o Ibope errou até na pesquisa de boca de urna”.
Fez distinções: “Há institutos sérios, como o Datafolha, e institutos menos sérios, que são mais alugados por partidos e por governos, como o Vox Populi”.
Mas empurrou todas as logomarcas para a mesma vala do descrédito: “Hoje, tá todo mundo meio perdido nessa matéria".
Ainda dá para virar? "Não se vira resultado das pesquisas", disse Serra. "Ganha-se o voto das pessoas". Evocou, de novo, o primeiro round:
"No primeiro turno, davam a Dilma como vencedora. Não é que a Marina e eu viramos os resultados das pesquisas, é que o resultado das pesquisas era fantasioso".
Lamentou: "Tá voltando [no segundo turno] o mesmo esquema de ilusão das pesquisas".
Pregou a necessidade de manter aquecidos os ânimos: "O que resolve é o voto no dia [da eleição]".
Declarou-se “decepcionado” com Lula por tê-lo acusado de patrocinar uma “farsa” na tumultuada caminhada do Rio, dois dias atrás.
Criticou Dilma por duvidar da consistência econômica de suas propostas sociais (mínimo de R$ 600, 10% para os aposentados e 13% para o Bolsa Família).
Disse que, em matéria econômica, “falta consistência” à pupila de Lula:
"Parece brincadeira, ela que uma hora diz que o juro alto tá bom, uma hora o juro baixo, ela não tem propriamente posições, ela tem o que os marqueteiros instruem".
