Folha

Computados os resultados de dezembro, concluiu-se que foram criados 2,524 milhões de empregos em 2010.
Se ainda estivesse no Planalto, Lula diria: Nunca antes na história desse país...
O resultado de 2010 foi o melhor da série histórica, inaugurada em 1992.
O recorde anterior era de 2007, ano em que 1,62 milhão de carteiras de trabalho receberam assinaturas novas.
A meta que o governo havia estipulado para 2010 era de 2,5 milhões de novas contratações. Foi, portanto, superada.
Deve-se o cumprimento da meta, festejada de véspera pelo ministro Carlos Lupi (Trabalho), a uma mandracaria estatística.
O governo recolheu na base de dados da Rais (Relação Anual de Informações Sociais) informações que só viriam à luz em maio de 2011.
Com isso, injetaram-se na planilha de 2010, dados relativos à contratação de servidores públicos e informações atrasadas referentes aos celetistas.
Sem o truque, o resultado de 2010 teria sido a abertura de 2,136 milhões novas vagas com carteira assinada –abaixo da meta de 2,5 milhões.
O Ministério de Trabalho atribuiu a esperteza antecipatória à necessidade de oferecer à platéia um retrato mais fiel do mercado de trabalho.
Em nota, a assessoria de Lupi escreveu: "Esse procedimento visa reduzir a distância entre os dados divulgados com base na Rais e aqueles oriundos do Caged".
Graças ao encurtamento de distâncias, Lula ficou autorizado a levar ao verbete da enciclopédia o cumprimento da meta global que estipulara para seu governo.
De acordo com o Ministério do Trabalho, considerando-se os números vitaminados de 2010, foram criados sob Lula 15 milhões de empregos com carteira assinada.