José Cruz/ABr
Dilma Rousseff participa, nesta segunda (21), do Encontro de Governadores do Nordeste. Será em Aracaju, capital sergipana.O anfitrião Marcelo Déda (PT, na foto) informa que a principal preocupação dos governadores nordestinos é a faca.
Deseja-se obter de Dilma a garantia de que o megacorte de R$ 50 bilhões não vai afetar os investimentos da União no Nordeste.
"Existe muita preocupação com o corte. É uma ansiedade que habita os corações de todos os governadores”, diz Déda.
“Não sabemos o efeito desse corte nos projetos do governo no Nordeste. É preciso discutir onde será aplicado o contingenciamento".
A pauta inclui também um tema indigesto: a volta da CPMF, rebatizada com o edulcorado nome de CSS (Contribuição Social para a Saúde).
Na semana passada, Romero Jucá (PMDB-RR), líder de Dilma no Senado, disse que a recriação da CPMF compõem os estudos tributários do governo.
"É preciso elevar os recursos federais no custeio da saúde”, ecoa Cid Gomes (PSB), governador do Ceará. “Eu defendo a regulamentação da Emenda 29 e a CSS...”
“...A saúde é um dos maiores problemas do Brasil, que só será resolvido se houver gestão e financiamento".
De resto, os governadores levarão à mesa o problema da repartição dos royalties petrolíferos.
"Em relação ao pré-sal, é preciso trabalhar com a compreensão de que é uma riqueza imensa, cujo papel é contribuir para o desenvolvimento social do Brasil”, afirma Déda.
“Não dá para manter regras antigas para uma realidade nova". Mudar as regras significa tirar dinheiro dos Estados produtores de Petroleo: RJ, ES e SP.
No ano passado, o Congresso aprovara uma fórmula de partilha que engordava as arcas dos Estados não produtores. Pressionado, Lula vetou.
A ressurreição do tema depende agora de negociação. E os executivos nordestinos querem convencer Dilma a liderar o processo.