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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Dilma soa como candidata em pronunciamento na TV

Chega um momento na história em que a nação precisa tomar uma decisão definitiva.
Não se trata de uma escolha banal. Não é mais uma dessas opções feitas sem pensar, instintiva e inconscientemente.
É como se a nação fosse escolher o que ela vai ser no futuro. Examina todas as alternativas e decide: quero ser isso.
Dilma Rousseff viveu um desses momentos definidores na noite desta quinta (10). Ela foi à TV.
Falou em rede nacional. Seu primeiro pronunciamento do gênero desde a posse. Aproveitando-se do início do ano letivo, tratou de educação.
Nenhuma questão é mais decisiva para definir o que será uma nação do que a educação. Expectativa, suspense... Dilma falou por cerca de cinco minutos.
O que definiu? Nada. Repetindo: Dilma atrasou o horário da novela, discorreu sobre educação e não definiu coisa nenhuma.
Presidente, ela soou como candidata. Bem espremido, sua fala resultou num par de promessas.
Numa, apropriou-se de idéia lançada pelo ex-rival José Serra: a criação de um ProUni para a escola técnica. Coisa para “este trimestre”, sem data certa.
Noutra, prometeu “acelerar” um programa à espera de realização: o Plano Nacional de Banda Larga.
Disse: a internet rápida chegará a todas as escolas. Quando? Deus sabe. No “médio” ou “no longo prazo”, chegará também à casa e ao negócio do brasileiro pobre.
No mais, só lero-lero. Nada além de palanfrório. Na estética e no discurso, a peça levada ao ar lembrou os comerciais de campanha.
O mesmo marqueteiro supervisor (João Santana) a mesma ambientação ficcional (um fundo opaco com algo assemelhado a uma lousa)...
...A mesma alfinetada no modelo educacional do PSDB-SP (“Temos que acabar com essa trágica ilusão de ver aluno passar de ano sem aprender quase nada".).
No finalzinho, Dilma anunciou o novo lema do governo. Sai o “Brasil, um país de todos” da Era Lula.
Entra o “Brasil, país rico é um país sem pobreza” (veja a logomarca lá no rodapé).
O diabo é que, antes de se tornar “um país rico”, o Brasil terá de eliminar sua “pobreza” educacional.
Dilma desperdiçou o momento. O dela e o do telespectador. Não disse palavra, por exemplo, sobre o percentual do PIB que planeja destinar à educação.
Podia ter pronunciado coisas definitivas. Preferiu fazer marketing eleitoral fora de época, sem definir as coisas. Pena.