Mangueirão foi liberado para receber 42 mil torcedores no domingo
O Estádio Olímpico do Pará (Mangueirão) foi totalmente liberado durante a vistoria complementar feita na manhã desta quarta-feira, 9, na presença de representantes da Polícia Militar, Corpo de Bombeiros, Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) e dirigentes dos clubes. Um público de 42 mil torcedores vai poder assistir ao clássico Remo x Paysandu, que acontece neste domingo, 13, a partir das 16h, válido pelo Campeonato Paraense de Futebol. Segundo o coronel-PM Osmar Nascimento, coordenador geral da comissão de vistoria dos estádios paraenses, a decisão de liberar o Mangueirão foi tomada em comum acordo com o Ministério Público e Corpo de Bombeiros, que juntamente com a PM, compõem os principais órgãos de fiscalização nos campos de futebol do Estado.
A vistoria desta quarta foi acompanhada pelo Ministério Público, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e dirigentes de Remo e Paysandu
A comissão acatou o resultado dos laudos técnicos dos engenheiros Nagib Charone e Paulo Barroso, que descartaram o comprometimento da estrutura física dos pilares 40 e 41, localizados no lado B-3 do estádio, fato que levou à interdição do Mangueirão em dezembro do ano passado. Sobre os demais itens de segurança, o coronel Osmar adiantou que haveria, ainda, o risco de interdição parcial do estádio caso o sistema de catracas eletrônicas, que fica interligado ao monitoramento de público, não pudesse ser utilizado, mas o Clube do Remo (que tem o mando de campo neste domingo), assumiu o compromisso de alugar o equipamento para ser instalado até a próxima sexta-feira, dois dias antes do jogo. “O Clube do Remo já se comprometeu em viabilizar este equipamento e formalizar a documentação junto à Federação Paraense de Futebol”, disse o coronel Antônio Carlos Nunes, presidente da entidade.
Para conseguir a liberação total do Mangueirão, a Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel), gestora do estádio, montou seis frentes de trabalho para recuperar todos os pontos que precisam de reforma imediata como gramado, vestiários, ambulatórios, guarda-corpo e cobertura das rampas de acesso. Nos chamados pontos críticos, o trabalho está sendo realizado nas bases dos pilares, com reforço nas estruturas internas e externas. Na manhã desta quarta-feira, a comissão vistoriou o local e comprovou o adiantamento da obra.
Sobre a avaliação por parte do Corpo de Bombeiros, o coronel Hilberto Figueiredo, que comanda o setor Operacional da corporação, disse que o estádio está liberado para realização do jogo e que até a próxima sexta-feira, 11, a Seel concluirá as obras de reforma no sistema preventivo de combate à incêndio e na recarga dos extintores. “Nós ainda vamos iniciar o curso preparatório de 46 funcionários da Secretaria, que vão atuar na brigada de incêndio do Mangueirão”, explicou o comandante Figueiredo, que também avaliou os laudos técnicos e participou, como consultor, da comissão de vistoria feita na manhã desta quarta-feira. “Espero que nosso laudo tenha contribuído para a reabertura do estádio, o que nos deixa bastante satisfeitos”, completou.
A decisão em liberar o Mangueirão foi anunciada após uma longa reunião realizada na sala da administração do estádio, com a cobertura de toda a imprensa esportiva da capital. O coronel Osmar Nascimento foi o porta-voz do grupo e conversou com os jornalistas. A notícia mais esperada era quanto à liberação do estádio, pois havia possibilidade de que a comissão não acatasse o laudo dos engenheiros e autorizasse o uso do local com restrição de público. Para o secretário-adjunto da Seel, Christian Costa, a liberação do Mangueirão veio como um resultado positivo de uma série de ações demandadas pela secretaria nos últimos vinte dias. “Foi uma corrida contra o tempo, mas a Seel conseguiu que a comissão de vistoria aprovasse os laudos e liberasse o estádio. Agora é finalizar os preparativos e arrumar a casa para receber os torcedores no próximo domingo”, disse.
Para que fosse liberado o Mangueirão passou por reformas no gramado, vestiários, ambulatórios, guarda-corpo e cobertura das rampas de acesso
Para o presidente da FPF, coronel Antônio Carlos Nunes, prevaleceu o bom senso. Os próximos passos da Federação serão acompanhar a instalação das catracas eletrônicas e a confecção dos ingressos. E na manhã desta quinta-feira, 10, haverá mais uma rodada de reunião para definir o esquema de segurança para o jogo. A Polícia Militar é a ordenadora dos trabalhos que terá, ainda, representantes do Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Companhia de Trânsito de Belém, entre outros.
Os 42 mil ingressos para o Re x Pa estarão à venda a partir das 9 horas desta sexta-feira (11), nos estádios da Curuzu (Paysandu) e Baenão (Clube do Remo), e também em um posto especial instalado na Federação Paraense de Futebol, localizada na rua Paes e Souza, bairro do Guamá. No domingo, eles também poderão ser adquiridos no estacionamento do Detran e no Centro Esportivo da Juventude (Ceju), a partir das 9h. Importante ressaltar que não haverá venda de ingressos nas bilheterias do Mangueirão.
Laudos – Os laudos apresentados pela Secretaria de Estado de Esporte e Lazer (Seel) estavam prontos desde o dia 18 de janeiro e foram encaminhados à Federação Paraense de Futebol para análise e posterior emissão aos órgãos competentes. Para ganhar tempo, a Seel solicitou adiantamento do prazo da vistoria, do dia 10 para o dia 4 de fevereiro, para aumentar o prazo de realização de obras. Por recomendação da Polícia Militar e do Ministério Público do Estado, os laudos precisariam estar acompanhados dos registros profissionais dos engenheiros e do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura (CREA).
A Seel cumpriu todas as exigências e a decisão de liberar o Mangueirão saiu, finalmente, na manhã desta quarta-feira. Os laudos tem a assinatura dos engenheiros Nagib Charone Filho e Paulo Barroso, ambos com grande experiência acadêmica e de mercado da construção civil, e também são professores do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal do Pará (UFPA).
Os engenheiros garantem que o estádio está em plena condição de uso. “A estrutura está apta a receber a carga para qual foi calculada e executada”, diz o laudo do engenheiro Nagib Charone. Já o laudo assinado pelo engenheiro Paulo Barroso reconhecia um processo de deterioração, mas nada que impedisse a utilização do espaço. As recomendações contidas no documento estão sendo viabilizadas pela Seel.
Ascom Seel
