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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Egito: Mubarak vai à TV. As ruas esperam a renúncia

Marco Longari/AFP
O ditador egípcio Hosni Mubarak mandou dizer que fará um pronunciamento televisivo na noite desta quinta (10).
Não antecipou o tema. Mas, tomado pela vontade das ruas, Mubarak tornou-se um governante monotemático. Ou fala de renúncia ou não ser a ouvido.
Pelo 17º dia consecutivo, o asfalto continua apinhado no Cairo e em outras cidades. Há um quê de deterioração também nos arredores de Mubarak.
Presidido pelo ditador, o Conselho Supremo das Forças Armadas reuniu-se sem ele. Terminado o encontro, os militares foram à TV para ler um comunicado. Num dos trechos, o texto anota:
"Baseando-se na responsabilidade das Forças Armadas e seu comprometimento na proteção das pessoas e na necessidade de proteger a nação [...]...”
“...Em apoio às demandas legítimas da população", o Exército "continuará examinando medidas a serem tomadas para proteger a nação e as ambições do maravilhoso povo egípcio".
O general Hassan Al Roueini, comandante do Exército no Cairo, foi à praça Tahrir, principal vitrine dos protestos.
Falando a milhares de manifestantes, o general insinuou que Mubarak dará ouvidos ao meio-fio: "Todas as suas demandas vão ser atendidas hoje", disse ele.
É contra esse pano de fundo que Hosni Mubarak, no poder há três décadas, vai à TV.
Nas últimas duas semanas, à medida que o Egito penetrou o caos, Mubarak recorreu a todos os estrategemas para atingir seus subterfúgios. Não colou. 
O discurso desta quinta (10) talvez seja a última oportunidade para uma reconciliação do ditador com o bom senso.