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sábado, 5 de fevereiro de 2011

Procuradoria detecta plano para matar juízes em MS

Miran
O Ministério Público Federal comunicou à Justiça, no Mato Grosso do Sul, a descoberta de um plano para assassinar juízes federais.
Responsabiliza pela trama um bombeiro. Chama-se Ales Marques. Encontra-se detido no Presídio Militar de Campo Grande.
Ales teve a prisão decretada em julho de 2010. É acusado de tráfico internacional de drogas e armas.
Mesmo na prisão, acusa a Procuradoria, o traficante continuou utilizando o telefone celular.
E passou a arquitetar o assassinato de desafetos e de juízes que atuam nos processos que o envolvem.
Em petição protocolada na Justiça Federal na quinta-feira (3) e divulgada nesta sexta (4), o Ministério Público requereu:
1. Proteção da Polícia Federal para os magistrados sob ameaça.
2. Transferência do bombeiro para um presídio de segurança máxima fora do Estado.
3. Abertura de inquérito na PF, para apurar os crimes de ameaça e coação contra juízes federais.
A Procuradoria realça no texto um episódio que classificou de “estarrecedor”. Deu-se no último dia 14 de janeiro.
Acompanhado de um capitão e dois policiais militares, o bombeiro Ales deixou o presídio. Pior: participou de uma pseudodiligência.
Em viatura da PM do Mato Grosso do Sul, o grupo foi a uma chácara assentada em Campo Grande. Sem mandado judicial, o preso e os PMs invadiram a sede da propriedade.
Contra a vontade do proprietário, realizaram uma operação de busca. Não disseram o que procuravam. Sem algemas, o traficante participou da operação.
Segundo o Ministério Público, a incursão ilegal à chácara foi cofirmada pela PF. Obtiveram-se inclusive vídeos.
Sem esmiuçar os objetivos do grupo, o texto divulgado pela Procuradoria em Mato Grosso do Sul anota:
Os dados colecionados pela PF “reforçaram as suspeitas da existência de planos de Ales Marques para assassinato dos magistrados”.
Indicam também a existência de um “esquema de corrupção envolvendo a chefia da escolta de detentos do Presídio Militar de Campo Grande”.
A prisão de Ales Marques, em julho do ano passado, decorreu de um flagrante. Era temporária. Mas foi convertida em prisão preventiva três meses depois.
Decidiu-se mantê-lo em cana por conta de uma operação policial batizada de Maré Alta. Coisa destinada a esquadrinhar a ação do tráfico.
As provas recolhidas recheiam denúncia do Ministério Público contra uma “quadrilha” de 18 pessoas.
Envolve, além de Ales Marques, a ex-mulher e os filhos dele, que também estão na cadeia.
A Procuradoria sustenta que a quadrilha abastecia de cocaína os mercados de São Paulo, Paraná e Rio Grande do Sul.
A droga vinha do Paraguai. Entrava pela fronteira que separa a cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero do município brasileiro de Ponta Porã.
Os nomes dos magistrados ameaçados de morte são mantidos em segredo. Ales Marques responde a duas ações penais.
Numa, o bombeiro é acusado de tráfico e associação para o tráfico transnacional e interestadual de drogas.
Noutra, responde pelo crime de tráfico internacional de armas. Ambas correm na Justiça Federal de Ponta Porã.
Não há, por ora, manifestação da Justiça sobre a petição protocolada pelo Ministério Público na quinta-feira.