Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

quinta-feira, 17 de março de 2011

Brasil redescobre que diplomacia precisa ser ‘macia’

  Fábio Pozzebom/ABr
Sob Lula, o Brasil trocou a diplomacia pela ideologia nas suas relações com os EUA.
Pragmática, Dilma Rousseff tenta empurrar o gênio de volta para a garrafa.
O chanceler Antonio Patriota acha que a visita de Barack Obama, neste final de semana, eleva o tema a outro patamar:
“O Brasil quer uma relação de igual pra igual. As circunstâncias no mundo de hoje favorecem isso”.
Amigo de Celso Amorim, seu antecessor no Itamaraty, Patriota esquiva-se de criticar a herança que recebeu.
Reconhece, contudo: ao achegar-se ao Irã, o Brasil foi ao frezer de Washington: "Esfriaram as relações possivelmente porque houve uma incompreensão”.
O “igual pra igual” de Patriota faz sentido como ideal retórico. O chanceler bem sabe, porém, que a igualdade não é uma lei da natureza.
Nas relações internacionais, quem não é tão forte quanto o interlocutor precisa ser diplomático.
Alguma coisa subiu à cabeça de Lula na metade final do segundo reinado. Olhava para o globo terrestre e enxergava um sindicao de São Bernardo.
Obama preferiu manter educada distância. Esperou pela sucessão, assistiu ao triunfo de Dilma e gostou do que viu e ouviu. Retomou o projeto de visitar o Brasil.
Tem-se agora a possibilidade de injetar no pudim alguma racionalidade. A normalização não depende de inovação.
Basta recordar que a diplomacia carrega dentro de si a solução para todos os impasses. Para funcionar, ela precisa ser macia.