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sábado, 19 de março de 2011

Coalizão de cinco países incia 'ação militar' na Líbia

Roderick Eubanks/US. Navy
Enquanto Barack Obama distribuía sorrisos e apertos de mão em Brasília, navios americanos despejavam sobre a Líbia 112 mísseis.
Alvejaram 20 alvos do sistema de defesa aéreo líbio. O ojetivo foi o de atenuar a capacidade de reação do ditador Muammar Gaddafi.
Abordado por um assessor durante reunião com Dilma Rousseff, Obama autorizou a ação dos EUA na costa da Líbia.
Autorizados pela ONU, foram ao ataque cinco países. Além dos EUA, França, Reino Unido, Itália e Canadá.
A ação foi iniciada pela França. Na manhã deste sábado (19), duas dezenas de caças franceses Rafale já sobrevoavam a Líbia.
Bombardearam ao menos quatro veículos militares a serviço de Gaddafi, destruindo-os. Com seus misses, os EUA evitaram o revide.
Também o Reino Unido enviou aviões à Líbia. O primeiro-ministro britânico David Cameron classificou o ataque de “necessário, legal e justo”.
A coalizão iniciou os ataques 48 horas depois de o Conselho de Segurança da ONU ter aprovado a implementação de uma zona de exclusão aérea na Líbia.
O despejo dos mísseis foi precedido de uma reunião de líderes de 20 países, em Paris. Obama foi representado pela secretária de Estado Hillary Clinton.
“Nós temos todas as razões para temer que, se não fizermos nada, Gaddafi vai realizar atrocidades indescritíveis”, disse Hillary.
Em Brasília, Obama viu-se compelido a abrir uma fenda em sua agenda para dizer meia dúzia de palavras aos repórtres de seu país.
Por um instante, estancou os sorridos, crispou o cenho e anunciou o que as manchetes já antecipavam na web: a ação na Líbia começara.
"Estou ciente dos riscos de uma ação militar. Quero que os americanos saibam que o uso da força não foi nossa primeira escolha", disse Obama.
Ele disse que não há previsão de invasão à Líbia por terra. Em Washington, um porta-voz do Pentágono, cuidou de circunscrever a ação dos EUA:
"Nossa missão é desenhar o espaço de batalha para que nossos parceiros possam executar [a operação aérea]".
Em Paris, o chanceler francês Alain Juppé declarou explicitamente que os bombardeios contra as tropas de Gaddafi apenas começaram:
“Os ataques vão continuar nos próximos dias, até que o regime líbio cesse a violência contra sua população”, disse Juppé.
Quis o destino que o rififi militar fosse deflagrado no primeiro dia da visita de Obama ao Brasil, marcado por ataques recíprocos de gentileza.
Lula Marques/Folha
Ao chegar ao Planalto, Obama foi recepcionado por uma Dilma Rousseff risonha. A caminho do gabinete, acenaram para estudantes, postados no mezanino.
Na conversa a portas fechadas, manteve-se a atmosfera de afabilidade mútua.
Quis o destino que, nesse encontro, Dilma testemunhasse o aval dado por Obama a um assessor para que fosse aberto o fogo contra a Líbia.
Foi como se o acaso dirigisse ao governo brasileiro uma pergunta:
Vocês querem um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU. Estão prontos a assumir as responsabilidades ou preferem o conforto da abstenção?