Primeiro dia da visita do presidente americano foi marcado pelo início dos ataques ao país do líder Muamar Kadafi

A ordem para os ataques na Líbia foi dada logo após o primeiro compromisso de Obama no Brasil: o encontro com a presidenta Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. Durante a conversa entre os chefes de Estado, um assessor do líder americano lhe entregou um bilhete. Após a reunião, e antes da declaração conjunta à imprensa, Obama, por telefone, liberou seus caças para o ataque.
Assessores do presidente disseram que ele participou ativamente das discussões durante o dia. Ele teria falado com o conselho de segurança nacional, Tom Donilon, e com o príncipe dos Emirados Árabes, Sheikh Mohammed bin Zayed Al Nahyan, um dos principais defensores da imposição de uma zona de exclusão aérea na Líbia para impedir ataques de Kadafi a opositores. Ele também consultou diversas autoridades da Casa Branca.
Enquanto a operação militar – realizada em conjunto com França e Reino Unido – tinha início, Obama participava do almoço oferecido por Dilma no Itamaraty. Antes de se sentar à mesa, trocou algumas palavras ao pé do ouvido com um dos integrantes de sua comitiva e mal tocou no vinho após o brinde.
Obama deixou o Itamaraty e seguiu para um centro de convenções em Brasília, onde era realizado o Fórum Empresarial Brasil-Estados Unidos.
Após um pronunciamento a empresários, o presidente reuniu os jornalistas americanos que acompanhavam a visita em uma sala e comunicou oficialmente o início dos ataques.
Apesar da ofensiva na Líbia, Obama seguiu seu cronograma e se encontrou com Dilma no Palácio da Alvorada. Depois, embarcou em direção ao Rio de Janeiro, onde chegou por volta das 20h20. Se a agenda for confirmada, Obama segue na segunda-feira para o Chile e, na terça, para El Salvador.
O dia de Obama
Obama desembarcou na Base Aérea de Brasília às 7h42, depois de o avião Air Force One ter pousado às 7h31. Após o desembarque, o líder e sua comitiva seguiram para o hotel Golden Tulip, onde receberam camisetas e chinelos de dedo de presentes.
Logo após a chegada, representantes do governo brasileiro e americano assinaram os dez acordos e tratados de cooperação anunciados posteriormente na declaração oficial no Planalto. Entre os documentos há memorandos para o Comércio e para parcerias em grandes eventos esportivos, como a Copa do Mundo e as Olimpíadas de 2016.
Obama foi recebido por Dilma Rousseff em uma cerimônia que começou às 10h28. O líder americano passou as tropas em revista antes de subir a rampa do Planalto, onde encontrou Dilma e o ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota.
A primeira-dama Michelle Obama já estava no topo da rampa, onde chegou separadamente do marido. Após execução dos hinos americano e brasileiro, Obama entrou no palácio, onde posou para fotos ao lado de Dilma, cumprimentou ministros e autoridades e viu uma exposição de artistas brasileiros.
Durante a manhã, Obama e Dilma participaram de uma reunião avançada para acertar os detalhes dos tratados e acordos entre EUA e Brasil. No total, são oito atos e dois acordos relativos a parcerias nas áreas comercial, econômica, social, cultura e ciência e tecnologia.
Michelle não ficou para a reunião no Planalto para poder participar de um evento cultural com jovens brasileiros no restaurante Oca da Tribo, no Setor Clube Esportivo Sul de Brasília. Ela também não acompanhou o pronunciamento no Fórum, mas esteve presente nos demais eventos da agenda.