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quinta-feira, 3 de março de 2011

Sader atribui queda à direita e à mídia conservadora

Emir Sader, o breve, isentou a própria língua de responsabilidade pela “queda” do cargo que quase assumiu no Ministério da Cultura.
Defenestrado da Casa Rui Barbosa antes da posse, o sociólogo petista pendurou no seu blog uma nota. Entre outras abobrinhas, atribuiu o infortúnio à direita:
“[...] Setores que detiveram durante muito tempo o monopólio na formação da opinião pública reagiram com a brutalidade típica da direita brasileira”.
Responsabilizou também a imprensa: “Dificuldades adicionais, multiplicadas pelos setores da mídia conservadora, se acrescentaram...”
“...Para tornar inviável que esse projeto [o dele] pudesse se desenvolver na Casa de Rui Barbosa”.
Decerto refere-se à entrevista que concedeu à Folha, aquela em que qualificou de "meio autista" a ministra Ana de Hollanda, sua 'ex-quase-futura-chefe'.
No miolo do texto em que tenta construir uma saída pela “esquerda”, Emir Sader anota uma excentricidade:
“[...] O MinC tem assumido posições das quais discordo frontalmente, tornando impossível para mim trabalhar no Ministério, neste contexto”.
Em verdade, o que tornou “impossível” o "trabalho" foi a língua do gênio. Mas fica boiando na atmosfera uma pergunta incômoda:
Não fosse o linguajar “meio autista”, o sociólogo teria assumido um cargo no ministério dirigido por pessoa da qual discorda “frontalmente”?
A resposta incomoda mais que a pergunta: sim, Sader assumiria o cargo. Não assumiu porque não deixaram.
Na manhã desta quarta (2), o 'ex-quase' recebeu um telefonema companheiro do ministro Gilberto Carvalho (Secretara-Geral da Presidência). Foi informado de que Dilma acabara de rifá-lo.
Três vivas à língua do companheiro! Ao soar como massagista do ego do dono, ela ressuscitou o brocardo: quem diz o que quer ouve o que não deseja.