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quinta-feira, 17 de março de 2011

Usina de Jirau tem obra suspensa

O canteiro de obras da Usina de Jirau (RO) foi destruído. A Força Nacional foi acionada para conter os protestos
Porto Velho e Brasília. Um novo dia de revolta de trabalhadores na usina de Jirau, em Rondônia, destruiu praticamente todo o canteiro e paralisou a obra, a maior em andamento no País.

Todos os alojamentos, além do posto de saúde, de escritórios e do almoxarifado, foram incendiados no início da manhã de ontem por cerca de 400 trabalhadores que diziam reagir à prisão supostamente abusiva de um colega.
Na terça-feira, uma briga entre funcionários foi o estopim para o confronto que durou dez horas e, segundo a Secretaria da Segurança de Rondônia, resultou em 45 ônibus e 35 alojamentos queimados ou destruídos.

Cerca de 22 mil pessoas trabalham na obra. A maior parte vem de outros Estados e deixou ontem, às pressas, o local rumo à BR-364. Cem policiais estavam no canteiro no momento do confronto. Trabalhadores disseram que tinham sido expulsos com bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. A Força Nacional de Segurança foi convocada e está no local.

Ao sair do canteiro, centenas de trabalhadores bloquearam a BR-364 com paus e colchões incendiados. As queixas eram direcionadas à construtora Camargo Corrêa, que acusam de se recusar a atender pedidos de reajuste salarial, melhoria no vale-alimentação e no tratamento dado aos que ficam doentes.

O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Rondônia condenou o episódio e disse que o grupo envolvido não tem relação com a entidade. "A briga foi só o estopim, mas essa confusão já estava sendo armada havia muito mais tempo", disse Adriano Rodrigues, 27, de Sergipe.

Outro lado
Em nota, a Camargo Corrêa afirmou que a depredação é "resultado da ação de vândalos, que agiram criminosamente". Segundo a empreiteira, não há previsão para a retomada da obra e de mudanças no cronograma. Também disse que o quebra-quebra foi promovido por homens encapuzados -sem relação com os trabalhadores- que entraram no canteiro na manhã de ontem.

A motivação não foi apontada. Segundo a empreiteira, nenhuma pauta de reivindicações foi entregue. A Camargo Corrêa também falou que retirou os trabalhadores da hidrelétrica por questões de segurança.