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segunda-feira, 4 de abril de 2011

Marabá e o progresso

No coração do sudeste paraense, a 485 quilômetros de Belém, na confluência dos rios Itacaiúnas e Tocantins, um município em ebulição. Euforia empresarial, política e social, justificada em grande parte pelo início da instalação do polo metal-mecânico da Amazônia, com a implantação da Aços Laminados do Pará (Alpa) e do projeto Aline. É a tão falada verticalização da produção mineral, com a instalação de uma siderúrgica conjugada a uma usina de laminação de aços, que será pioneira do Norte e Nordeste do país.

Alguns dados despertam a agitação na região. São mais de 12 mil empregos só na fase de implantação da Alpa, número que deve chegar aos 20 mil na fase de operação. Isso representa metade da população de Xinguara, município do sul do Estado. O anúncio do novo eldorado ecoa nos quatro cantos do país e, todos os dias, imigrantes buscam pelas milhares de vagas de emprego que ainda estão na promessa. E chegar aqui tem sido fácil, já que Marabá é cortada por importantes rodovias, por uma ferrovia, tem aeroporto e é margeada por rios.
Empresários de todo o país têm mantido contato com órgãos representativos do setor empresarial de Marabá com a intenção de se instalar no município. Motivados pela forte atração populacional, alguns já apostaram na região. No setor habitacional, Marabá deve receber 29 novos empreendimentos, de acordo com levantamento da Federação Paraense das Indústrias (Fiepa). Os canteiros de obras estão a pleno vapor. Os primeiros condomínios começam a ser entregues ainda este ano. No comércio, a expectativa é para a instalação de dois shoppings e uma grande rede de supermercados, em meados do ano que vem. “Serão mais de 360 lojas no comércio marabaense, com os dois shoppings”, diz o presidente do Sindicato dos Lojistas de Marabá, Paulo Lopes.
Entre as cidades médias (de 100 a 500 mil habitantes) de todo país, Marabá é a segunda que mais cresce economicamente. O resultado foi divulgado pela revista Veja, no ano passado, após levantamento da situação econômica em 233 municípios brasileiros. E Marabá só ficou atrás da paulista Hortolândia. O PIB (Produto Interno Bruto) do município é o quarto maior do Estado, ficando atrás apenas de Belém, Ananindeua e Parauapebas. Pujança e expectativas de crescimento que reforçam na região o desejo de emancipação política, com a criação do Estado de Carajás, e que tem Marabá como forte candidata a sede administrativa.
É nesse clima que o município completa, na próxima terça-feira, 5 de abril, seus 98 anos de emancipação. Rumo aos cem anos de independência, o DIÁRIO preparou uma série especial de reportagens que vai debater os principais desafios de uma das regiões que mais crescem em todo o país – e o que tem se pensando, efetivamente, para conciliar o desenvolvimento econômico ao social. E, no dia do aniversário, uma edição especial vai contar um pouco da história de Marabá, bem como retratar o município a partir de suas várias outras riquezas.
INVESTIMENTOS
Num atual ‘city tour’ por Marabá, o curioso visitante se questiona sobre os muitos canteiros de obras. O ar empoeirado realmente toma conta da cidade. E algumas obras ainda nem saíram do papel (ver quadro ao lado). A maioria dos hotéis está ampliando sua estrutura física. As redes bancárias, inaugurando novas agências. Outras muitas obras continuam sendo anunciadas pelo setor público e privado. A mais recente é a do Centro de Convenções de Marabá, anunciada ao DIÁRIO pelo chefe da Casa Civil do Governo do Estado, Zenaldo Coutinho. “O município vai ser referência também no turismo de negócios de grandes eventos.
Marabá, com esse aporte de recursos de investimentos da atividade produtiva já assegurado, precisa também se transformar em um espaço de grandes fóruns, de grandes encontros, de grandes debates. E um centro de convenções é o espaço a permitir e a estimular esse tipo de encontro”.
Ítalo Ipojucan, presidente da Associação Comercial e Industrial de Marabá (Acim), lembra que a instalação de um polo industrial abre mercado para empresas nas mais diversas áreas, desde a de aluguel de máquinas pesadas até a educacional.
Num prazo de cinco anos em volume de investimentos, segundo a Acim, serão US$ 6 bilhões injetados em Marabá. A maioria dos investimentos é para projetos minerais, como a Vale e o Salobo. Mas há outros investimentos públicos e privados nas áreas de educação, esporte e habitação.
Fonte: Diário Online (Bernadeth Lameira/ Diário do Pará)