Pesquisar este blog

Total de visualizações de página

segunda-feira, 18 de abril de 2011

PT-SP reforça oposição a Kassab e critica PT federal

Cesar Ogata/Divulgação
Reunido em congresso no final de semana, o diretório municipal do PT em São Paulo reforçou a decisão de se opor ao prefeito paulistano Gilberto Kassab.
As linhas da estratégica política do petismo para a maior e mais rica cidade do país foram expostas em documento que norteou os debates.
No texto, disponível aqui, o PT municipal critica o PT estadual e o federal. Queixa-se da falta de compreensão quanto ao caráter nacional da política de São Paulo.
O documento anota: “É na cidade de São Paulo que novamente a oposição tentar construir uma nova alternativa ao projeto [nacional] do PT”.
Em tom de queixa, o texto acrescenta: “Inúmeras vezes o PT da capital chamou a atenção, para as direções estadual e nacional...”
“...Sobre a necessidade de compreender a cidade de São Paulo dentro desta disputa nacional...
...Porém, não tem havido interesse pelo nosso pleito, demonstrando uma total incompreensão com o papel que a capital de São Paulo tem no cenário nacional”.
Para o petismo paulistano, São Paulo tornou-se “a principal base da direita”. É a partir da cidade, diz o texto, que partem “as articulações” nacionais da oposição.
Sugere-se a construção de um “projeto hegemônico” capaz de se contrapor ao PSDB e a Kassab.
Afirma-se que o êxito do PT nas eleições para o governo estadual e para o Planalto, em 2014, “depende” do êxito político na disputa pela prefeitura, em 2012.
A despeito da saída de Kassab do DEM e do flerte do prefeito com o condomínio governista, o documento do PT trata o prefeito como aliado do tucanato.
Vincula-o a José Serra e a Geraldo Alckmin. Dedica à tróica críticas acerbas. Anota, por exemplo:
“Ao completar um ano da trágica enchente que se deu no Jardim Pantanal, causada pela irresponsabilidade criminosa dos governos Geraldo/Serra/Kassab, mais uma vez a cidade se vê mergulhada nas inundações”.
Noutro trecho, o petismo paulistano realça: “O PT da capital não tem dúvidas não só em reafirmar, mas intensificar a oposição ao Kassab”.
Desdenha da conversão do prefeito ao governismo: “Não nos iludimos com possíveis acenos do prefeito à base de sustentação do governo Dilma [Rousseff]...
“...Temos consciência de que não encontra base social real, pois representam projetos antagônicos”.
Queixa-se dos métodos de Kassab na cooptação de legendas tradicionalmente aliadas do PT:
“O Prefeito não tem poupado esforços nessa tentativa, oferecendo cargos, secretarias, que foi a base de acordo com o PC do B e PDT na Câmara Municipal”.
Faz referência à recente eleição do vereador José Police Neto (PSDB) para a presidência da Câmara de vereadores.
O tucano foi ao comando do Legislativo municipal com os votos do PCdoB e do PDT, numa articulação comandada por Kassab.
“É importante destacar que se não fosse à adesão do PC do B ao candidato kassabista, poderíamos ter eleito um presidente da Câmara do PT”, diz o texto.
De resto, o PT reafirmou sua decisão de lançar um candidato próprio à sucessão municipal de 2012. Deseja-se escolher o nome do candidato ainda em 2011.
Hoje, o nome que mais unifica o PT é o do ministro Aloizio Mercadante (Ciência e Tecnologia). Ele, porém, hesita em assumir a condição de candidato.
Nas últimas semanas, Lula passou a insinuar, em privado, apoio a um nome alternativo: o do ministro Fernando Haddad (Educação).
Uma opção que, por ora, não empolga a legenda. Avalia-se que, na falta de Mercadante, a senadora Marta Suplicy reuniria mais chances de triunfar.
Estão na fila os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Alexandre Padilha (Saúde) e três deputados: Jilmar Tatto, Paulo Teixeira e Carlos Zarattini.