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segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Furnas sob nova direção: ‘Vamos arrumar e pacificar’

Divulgação
Se o homem das cavernas soubesse que a modernidade conduziria à luz elétrica e a Furnas, talvez tivesse ficado lá dentro.
Agora, porém, é tarde para arrependimentos. Furnas existe, responde por 40% do fornecimento de energia do país e tem de continuar.
Escolhido na semana passada em meio a um tiro ao alvo do PT contra o PMDB –e vice-versa—, o "novo" presidente da estatal, Flávio Decat, destila confiança.
Em entrevista à repórter Fernanda Odilla, Decat soou como se tivesse uma vaga noção do que o espera:
Furnas “está, aparentemente, com grupos [políticos] se digladiando lá dentro”.
Tudo leva a crer que Decat foi encorajado na crença de que, de fato, presidirá Furnas: “Vamos arrumar e pacificar. Se tiver erro, apurar e punir”.
Promete boa gestão e transparência: “Furnas é a espinha dorsal do sistema elétrico brasileiro. Precisa funcionar bem para não ter apagão”.
A despeito das evidências em contrário, Decat jura que José Sarney não está por trás de sua nomeação: “Fui convidado pela presidente Dilma”.
No seu esforço para produzir uma Furnas inteiramente nova, Decat encontrará abundância de matéria prima. Caos não falta.
Para triunfar, Decat teria de trocar as meias sem tirar os sapatos. Porém, vai ao terreno minado descalso.
Perguntou-se a Decat se tem a disposição de promover uma “troca geral” dos diretores com padrinhos. E ele: “Nem sim nem não”. Vai abaixo a entrevista:
- O que pretende fazer de imediato em Furnas? Meu principal objetivo é pacificar a empresa --que está aparentemente com grupos se digladiando lá dentro-- e organizar e estabelecer uma governança absolutamente transparente. Furnas precisa que todos os seus atos sejam expostos publicamente e julgados publicamente como corretos. Essa é a única forma de a gente arrumar.
- Como conter esses grupos políticos disputando poder? A orientação é uma gestão profissional. É o que farei.
- O sr. pensa em retirar já as indicações políticas? Pelo que entendi das conversas, que foram poucas ainda, os diretores vão colocar os cargos à disposição. A partir daí vamos conversar para colocar pessoas que sejam evidentemente qualificadas sob todos os aspectos. Não significa também...
- ...que vai fazer uma caça às bruxas? É, não significa isso. Vamos arrumar e pacificar. Se tiver erro, apurar e punir. O objetivo é fazer uma boa gestão numa enorme empresa -40% da energia passa por ali. Furnas é a espinha dorsal do sistema elétrico brasileiro. Precisa funcionar bem para não ter apagão.
- Não chega com disposição de fazer uma troca geral? Nem sim nem não.
- O sr. foi gravado na Operação Boi Barrica [da PF], em conversas com a família Sarney...  Não, não. O que tem lá, o que apareceu foi o Fernando [Sarney] gravado dizendo para o pai para receber uma pessoa num determinado horário. E a operação [policial] indica que essa pessoa era eu. Eu efetivamente, naquela ocasião, estive com o presidente Sarney. Depois nunca mais. Nem com ele nem com o Fernando.
- O sr. mantém alguma relação com a família Sarney? Lá atrás. Estive com o presidente Sarney e com a Roseana [filha e atual governadora do Maranhão]. Só.
- Quem o sr. aponta como padrinho político de sua indicação? Eu não aponto, eu digo que é a presidente Dilma Rousseff. Eu fui convidado por ela, fui chamado em Brasília. Ela me convidou na frente do ministro Lobão.