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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Oficial: Flávio Decat já é ‘novo’ presidente de Furnas

  Fábio Pozzebom/ABr
Após reunir-se com Dilma Rousseff, no Planalto, o ministro Edison Lobão (Minas e Energia) anunciou:
Flávio Decat é o novo presidente da estatal Furnas Centrais Elétricas. Convidado, aceitou a incumbência.
Vai ao olho da rua Carlos Nadalutti, que presidia a estatal por indicação do deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Segundo Lobão, todos os diretores de Furnas serão instados a “colocar os cargos à disposição” do novo presidente.
Lobão esclareceu: “O fato de colocar o cargo à disposição não significa que está demitido”. Mas a “possibilidade” de sair existe.
O anúncio foi feito menos de 24 horas depois de um encontro do líder do PMDB, Henrique Eduardo Alves, com o ministro Antonio Palocci (Casa Civil).
Nessa reunião, Henrique dissera a Palocci que o PMDB da Câmara não aceitaria a acomodação de Flavio Decat no comando de Furnas.
O deputado dissera ao ministro que a bancada do PMDB, dona de nove votos na Câmara, não abria mão de sugerir outros nomes.
Lobão disse ter recomendado a Decat que tenha uma “conversa civilizada” com Michel Temer, vice de Dilma e presidente licenciado do PMDB.
O ministro declarou que ele próprio conversará com o líder Henrique Alves. “Vou conversar com o PMDB inteiro”.
“Não há guerra” contra Flávio Decat, disse Lobão. “Não há nada contra ele, só a favor dele”.
Apresentou-o como “técnico de grande envergadura”. Lustrou-lhe o currículo: “Foi diretor da Cemig, presidente da Eletronuclear, diretor da Eletrobrás...”
“...[...] Neste monento, ele é vice-presidente do Grupo Rede, do setor privado”.
Lobão absteve-se de refordar que Flavio Decat deve sua passagem pela diretoria da Eletrobras à interferência da família Sarney.
Foi ao posto por indicação do tetrapresidente do Senado, José Sarney, que o indicou em atenção a um pedido do filho, o empresário Fernando Sarney.
Dilma afeiçoou-se a Decat na época em que era chefe da Casa Civil de Lula. Agora, cogitava nomeá-lo para a presidência da Eletrobras.
Optou por acomodá-lo em Furnas para tentar retirar a estatal, eletrificada por denúncias de desvios, do noticiário policial.
Com sua decisão, Dilma como que decretou o fim do domínio de Eduardo Cunha sobre Furnas.
Ligado a Temer e a Henrique Alves, o deputado mandava e, sobretudo, desmandava na estatal desde a era Lula.
Nas últimas semanas, destilou ameaças de reagir à eventual perda de influência. Mira no PT, a quem atribui a feitura de um dossiê que alimentou as manchetes.
Dilma puxou as fichas. Pagou pra ver. Ao PMDB restará agora tentar segurar o seu radical. Ou não.