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quinta-feira, 3 de março de 2011

Críticas de Sader a ministra ateiam fogo na ‘Cultura’

  Antônio Cruz/ABr
Dois meses depois da posse de Dilma Rousseff, o Ministério da Cultura tornou-se um foco de incêndio na Esplanada.
As labaredas nasceram de um curto-circuito provocado por críticas do sociólogo petista Emir Sader à ministra Ana de Hollanda.
Na bica de assumir a Casa Rui Barbosa, entidade que pende do organograma gerido por Ana, Sader qualificou a futura chefe de “meio autista”.
A ofensa foi ateada no miolo de uma entrevista concedida por Sarder à Folha. Foi veiculada no domingo (27).
O sociólogo soou contrariado com a passividade da ministra diante do assédio da tesoura fiscal ao orçamento da pasta da Cultura. Daí o adjetivo.
No curso da entrevista (nacos do áudio disponíveis aqui), a língua de Sader revelou-se mensageira de viperinas inconveniências.
Além de pespegar em Ana os devaneiros subjetivos e o alheamento do mundo exterior que caracterizam o autismo, chamou Gilberto Gil de “nego baiano”.
De resto, revelou a intenção de converter a Casa Rui Barbosa num centro de debates sobre o “Brasil para Todos” –uma logomarca de Lula que Dilma modificou.
Em notícia levada às páginas da Folha desta quarta (2), a repórter Ana Paula Sousa reproduz uma frase que traduz o atual estágio das chamas:
"Eu e você não dá mais, né?", teria dito Ana de Hollanda ao quase-ex-futuro-subordinado Emir Sader.
De fato, restaram carbonizadas as noções de educação e de hierarquia que deveriam permear as relações entre a chefe e o pseudosubordinado.
Aceitando o convívio com um sociólogo afeito a expressões que envenenam o convívio social, a ministra converterá ateará fogo ao que lhe resta de autoridade.
Em tese, Ana teria poderes para recusar a nomeação de Sader, que ainda não foi ao ‘Diário Oficial’. Porém...
Porém, a piromania de Sader, personagem que tinha pretensões ministeriais, é endossada por parte do PT. Além disso, o incendiário possui costas quentes, como se diz.
Aquecem-lhe o dorso, por exemplo, os grão-petês Gilberto Carvalho (secretário-geral da Presidência) e Marco Aurélio Garcia (eterno assessor Internacional).
Ou seja: caberá a Dilma Rousseff atribuição de levar a mão ao extintor. Em meio ao rescaldo, a presidente terá de optar entre Ana ou Sader.
Irreconciliáveis, um dos dois terá de virar carvão. Prevalecendo Sader, ficará entendido que, sob Dilma, a hierarquia não vale um palito de fósforo.
Abaido da camada de cinzas, ouve-se um barulho. É o ruído de Rui Barbosa revirando-se no túmulo.