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quarta-feira, 9 de março de 2011

Dilma chama seis centrais para conversa no Planalto

Lula Marques/Folha
Dilma Rousseff quer saber se o sindicalismo que a apoiou na campanha deseja ajudá-la ou se quer apenas ser um estorvo para atrapalhar o governo dela.
Depois de moer as centrais sindicais no lufa-lufa do salário mínimo, Dilma convidou-as para conversar. O encontro ocorrerá nesta sexta (11).
Cuida da organização da reunião o ministro petista Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência da República). 
Durante o feriadão de Carnaval, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical, dissera que havia sido convidado por Dilma.
Paulinho dera a entender que apenas a sua central iria ao Planalto. Lorota. Dilma mandou chamar meia dúzia de centrais. A de Paulinho quase ficou de fora.
Dilma traz o deputado atravessado na traquéia. Companheiro de partido do ministro Carlos Lupi (Trabalho) Paulinho associou-se à oposição na votação do mínimo de R$ 545.
Cogitou-se excluir a Força Sindical da reunião. Aventou-se também a hipótese de condicionar a presença da central à ausência de Paulinho.
Como o propósito de Dilma é o de desenvenenar as relações com o sindicalismo, decidiu-se incluir Paulinho no rol dos convidados.
Assim, vão ao Planalto os mandachuvas das seguintes centrais: CUT, Força Sindical, UGT, CGTB, CTB e NCST.
O encontro ocorre no instante em que o governo se prepara para arrancar do Congresso o reajuste da tabela do Imposto de Renda em de 4,5%.
No gogó, as centrais querem mais. Pediam 10%. Reduziram para 6,76%. Agora, dependendo da entidade, fala-se em algo entre 5% e 6%.
O IR é apenas um dos tópicos que distanciam os sindicalistas do Planalto. As centrais reivindicam também o aumento das aposentadorias acima do salário mínimo.
Mais: pregam a extinção do fator previdenciário. São demandas para as quais Dilma torce o nariz. Alega que não há caixa para atendê-las.
Diante de tanto dissenso, é difícil prever o resultado da conversa desta sexta.
Ao governo interessa levar às manchetes o anúncio de que foi restabelecida a mesa de negociação com as centrais, inaugurada sob Lula.
A Dilma convém, de resto, levar à mesa outros temas. Por exemplo: a desoneração da folha salarial das empresas.
A julgar pelo chá de sumiço que tomou durante a votação do salário mínimo, a CUT, braço sindical do PT, tende a amainar o discurso, distanciando-se da Força Sindical.
A proximidade com os cofres públicos talvez afaste os lábios de Paulinho do trombone por algum tempo.
Na hipótese de preferir a gritaria à negociação, o deputado tende a ter o fio desligado das tomadas oficiais.  
O Planalto espera, de resto, que o ministro Lupi cuide de evitar que a verborragia de Paulinho continue a contaminar a bancada de congressistas do PDT.