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terça-feira, 15 de março de 2011

Dilma não fará mudanças na política nuclear brasileira


BRASÍLIA - O governo brasileiro anunciou nesta terça-feira a criação de um grupo interministerial para acompanhar diariamente a evolução da situação das usinas nucleares no Japão. O ministro de Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, informou que o governo brasileiro seguirá todas as determinações que forem feitas por organismos internacionais a partir dos estudos sobre o que ocorreu nas usinas em território japonês. 

O ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que a presidente Dilma Rousseff está preocupada com a crise no Japão e seus impactos na política nuclear brasileira. Mas, ao contrário de países como Alemanha e Suíça, o Brasil não pretende mudá-la agora.
A presidente está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive sobre a nossa política, dessa questão da energia atômica
— A presidente está extremamente preocupada com os efeitos, inclusive sobre a nossa política, dessa questão da energia atômica. Temos que, com responsabilidade, olhar isso — disse o ministro, ponderando, contudo, que ainda faltam elementos para embasar qualquer decisão.
Além de uma terceira unidade em Angra, o Brasil tem planos de instalar mais quatro usinas nucleares nos próximos anos.
— Estamos observando. Não se sabe ainda a extensão da questão japonesa e só depois de ter uma análise mais profunda se pode pensar nas influências que o evento japonês tem sobre nossa política nuclear.
Depois de orientações da presidente Dilma, o ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, explicou que o sistema de segurança das usinas nucleares brasileiras, em Angra dos Reis, é confiável e que o cenário é bem diferente do que o do Japão. Mercadante disse que os modelos de reatores dos dois países são distintos e que a proteção do brasileiro é até superior.
O Brasil não tem um histórico de terremotos, tsunamis e maremotos
— São diferenças que envolvem posições de barras dos reatores e níveis de defesa. O do Japão não é o mesmo de Angra1 e de Angra 2. Temos sala e prédio com blindagem mais espessa, mais rigorosa. E o Brasil não tem um histórico de terremotos, tsunamis e maremotos — disse Mercadante.
Mercadante afirmou que os únicos acidentes naturais que preocupam são as enchentes e os desmoronamentos de morros e encostas. O ministro disse que as usinas de Angra estão protegidas desses tipos de eventos.
— Mesmo que ocorra um desmoronamento grave, a usina está blindada — disse.
O ministro afirmou que está mantida a disposição do governo em construir novas usinas nucleares.