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sábado, 5 de março de 2011

Lembra do dossiê de gastos de FHC? Pois é, arquivo!

Era 2008. Já lá se vão quase três anos. Ardia no noticiário a CPI dos Cartões Corporativos.
Súbito, escalou as manchetes um dossiê com gastos da Presidência na Era tucana. Despesas atribuídas a FHC e à mulher dele, Ruth Cardoso.
A coisa vazou da Casa Civil, chefiada à época por Dilma Rousseff. Era munição para o contra-ataque na CPI.
Dilma tocou o telefone para Ruth Cardoso, ainda viva na época. Negou a bisbilhotagem. Lorota, gritariam depois as manchetes.
Os dados haviam sido colecionados por ordem e sob a coordenação de Erenice Guerra, a ex-segundona que viraria sucessora de Dilma mais tarde.
O Planalto abriu uma auditoria. Acusou-se um funcionário da Presidência de enviar os dados, via e-mail, para um amigo que assessorava o tucano Alvaro Dias.
Dilma saiu-se com a lorota de que o Planalto fizera um "banco de dados", não um dossiê.
E quanto ao vazamento? Foi o Alvaro Dias, acusou o governo, enviando ao olho da rua o funcionário que repassara os dados ao ninho tucano.
Puxa daqui, estica dali instaurou-se um inquérito da Polícia Federal. Prometia-se acomodar tudo em pratos asseados.
Pois bem. O caso está próximo de acabar. Sabe no que deu? Em nada. Repetindo: deu em coisa nenhuma!
O Ministério Público pediu o arquivamento da encrenca. Alega-se que não foi possível apurar se houve crime de violação de sigilo funcional.
Nos quase três anos de “investigação”, foram inquiridas 16 pessoas. Em março de 2010, a Procuradoria solicitara à PF a oitiva de Erenice.
Enrola daqui, embroma dali a ex-segundona jamais foi ouvida. Hoje, Erenice protagoniza outras encrencas, também candidatas a virar recheio de arquivo.
No caso do dossiê, caberá à Justiça decidir se acata ou não o pedido de arquivamento.
De concreto, por ora, apenas a impressão de que, nas novelas de Brasília, não há propriamente princípios. Os personagens mais sérios têm tiques morais.
Os desvios são tratados à moda das passadeiras. Acomoda-se o ferro em cima do problema. E espera-se que o tempo passe.