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sexta-feira, 4 de março de 2011

Para PCdoB,Kassab virou ‘reserva estratégica’ em SP

  Luiz Guadagnoli/Secom
O movimento migratório de Gilberto Kassab do oposicionista DEM rumo ao consórcio partidário pró-Dilma ganhou um defensor inusitado: o PCdoB.
O partido levou à sua página na web artigo esclarecedor sobre o tema. Assina-o Walter Sorrentino.
Trata-se de um destacado membro da Comissão Política Nacional do PCdoB. Responde pela secretaria de Organização do partido.
“Kassab – reserva estratégica”, eis o título do artigo.
Na peça, o comunista Sorrentino leva o pragmatismo às fronteiras do paroxismo para defender neoaliado direitista.
Abaixo, um resumo do que vai na alma do dirigente do PCdoB:
1. “O movimento de Kassab é importante e positivo para a oposição aos tucanos. O que precisa prevalecer é a visão maior, não a imediatista”.
2. Kassab “é um político que age com determinação. [A saída do DEM] É questão de sobrevivência e perspectiva para ele”.
3. Para o bloco governista “é questão de oportunidade, espantosa que pudesse parecer a alguns, para descortinar em São Paulo uma realidade política mais multilateral e menos polarizada”.
4. “Todo um filão da oposição quer passar ao campo Dilma [...]. Trata-se exatamente do maior poder alcançado nas urnas pelo DEM, a prefeitura de São Paulo [...], comandada por Kassab”.

5. O reposicionamento do prefeito é “problemático para quem? A mídia paulista não tem dúvida. Expõe a chaga sem anestesia e abre suas baterias contra a movimentação de Kassab e todos que a apóiam”.
6. “[O governador tucano Geraldo] Alckmin está visivelmente no contramovimento. Setores do PSB que participam de seu governo também”.
7. “Outros insistem na questão da identidade programática direita-esquerda, porque Kassab se dispõe a constituir nova agremiação de centro ou centro-esquerda, não tendo provindo desse campo”.

8. “A questão de abrir uma terceira via forte em São Paulo, por distintos caminhos e diferentes expressões, é uma exigência se se quer pôr fim ao domínio tucano que completará 20 anos em 2014”.
9. “A polarização PSDB-PT em São Paulo significará mais vitórias tucanas se não se mobilizar reservas de dissensão do campo dominante”.

10. “O movimento do prefeito Gilberto Kassab [...] interessa profundamente às forças que buscam avançar em São Paulo, a começar de Dilma Rousseff e da base governista, o PMDB, o PSB, o PDT, o PCdoB.
11. “O PRB e PR, e até o próprio PT num plano estratégico, sairão beneficiados. O grande perdedor será Alckmin, a maior força da oposição neste momento”.
12. “Para todos está em pauta a disputa de 2014 ao governo [de São Paulo]. Kassab busca isso e naturalmente acirra disputas. No caminho está 2012, claro”.
13. “O prefeito, em seu movimento, provavelmente não estará em condições de liderar sozinho 2012, terá que compor. Mas terá que abrir caminho, mesmo a fórceps, para se viabilizar politicamente para 2014”.
14. “[...] O governo da capital terá que ser reformulado, em consonância com seu reposicionamento [Kassab já ofereceu ao PCdoB uma secretaria que pretende criar para cuidar da organização da Copa de 2014]”.
15. “O PMDB e o PSB vêem Kassab como uma disputa da primazia no fortalecimento, tendo em vista seus projetos próprios, na condição de parceiro preferencial do PT em 2014 ou, quem sabe, até de candidato presidencial próprio”.
16. “Enfim, ninguém pode dispensar Kassab, e, ao mesmo tempo, há uma luta para não fortalecê-lo demasiado e cada qual ocupar maior espaço”.

17. “Dada essa condição de reserva política estratégica, o movimento de Kassab é importante e positivo para a oposição aos tucanos”.
18. “O que precisa prevalecer é a visão maior, não a imediatista. Ele é um político que age com determinação. É questão de sobrevivência e perspectiva para ele”.
19. “É questão de oportunidade, espantosa que pudesse parecer a alguns, para descortinar em São Paulo uma realidade política mais multilateral e menos polarizada”.
O barulhinho que se ouve ao fundo é o ruído do velho João Amazonas se revirando no túmulo.